Apresentação Introdução Breve história: anos 40 - 80 Metas, estratégias e resultados Os programas, na prática |
Breve
história: anos 40 - 80Anos 80: uma nova realidade
Após uma lacuna de cerca de dez anos, os anos 80 trouxeram novos
interesses pela tradução automática: a criação da Comunidade Econômica Européia, a
explosão da informatização, o desenvolvimento e o estabelecimento de teorias no âmbito
da lingüística formal, com grande investigação semântica, o processamento
informatizado de línguas naturais com base em gramáticas de análise e de geração... -
tudo isso abriu um novo espaço para a inteligência artificial, a lingüística
computacional e a tradução automática, que passaram a receber apoio por parte de um
grande número de países, principalmente na Europa.
O investimento da indústria privada também abriu um novo horizonte para projetos de tradução automática e tradução assistida por computador. Nos Estados Unidos, até 1984, ainda não havia financiamentos governamentais, porém no Japão e na Europa o subsídio do governo para projetos de pesquisa e desenvolvimento cresceu consideravelmente [Slocum, J. 1985]. Além do desenvolvimento lingüístico e tecnológico, o fator primordial responsável pelo ressurgimento do interesse pela tradução automática foi a adaptação das expectativas para um contexto mais realista. Ficou claro que, apesar de imperfeita, ela pode ser muito útil, como será demonstrado ao longo deste trabalho. Esse olhar mais crítico está diretamente relacionado à própria atitude com relação à tradução realizada por pessoas: sabe-se que, quanto mais focalizada e especializada a área de atuação de um tradutor, maior o grau de perfeição que ele tenderá a atingir; além disso, recomenda-se que todas as traduções passem por uma revisão posterior feita por alguém com alguma autoridade para tal, principalmente se a tradução visa a publicação. O mesmo vale para a tradução automática. A meta deixou de ser a amplitude de áreas e línguas aliada à perfeição do resultado final, passando-se a buscar principalmente sistemas que de fato pudessem alcançar resultados práticos, representando um ganho efetivo em tempo e, conseqüentemente, dinheiro [Slocum, J. 1985]. Vale ressaltar que em momento algum a necessidade dos tradutores foi questionada. Pelo contrário; desde a adaptação das expectativas com relação à tradução automática, ela foi pensada como um auxílio aos tradutores profissionais. No início dos anos 80 alguns produtos já haviam sido comercializados, como o SYSTRAN e o METAL, da Siemens. O EUROTRA, sistema europeu, foi aprovado pelo Conselho de Ministros da Comunidade Econômica Européia [Mateus, M. H. M. et al. 1995]. Esses e outros projetos continuam sendo desenvolvidos, e novas abordagens e técnicas são permanentemente discutidas e testadas. Atualmente, com o avanço vertiginoso das técnicas da ciência da computação, as possibilidades em termos de implementação computacional já não são um obstáculo. Diversos endereços na Internet oferecem serviços de tradução automática; grupos de pesquisa da área permitem que o público teste on-line os programas que estão sendo desenvolvidos; os dicionários e as gramáticas dos programas podem ser ampliados pelos próprios usuários com cada vez mais facilidade; a velocidade e a eficiência das consultas aos bancos de dados são cada vez maiores. No entanto, restam importantes questões de cunho lingüístico (e - principalmente - semântico, pragmático, discursivo) a resolver, e o processo está longe de chegar ao fim - na hipótese remota de que algum dia isso venha a ocorrer. anterior | topo da página | próximo
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